NOVE DIAS ENTRE O CÉU E A ÁGUA
Viagem em um lindo veleiro, 3 pessoas, capitão Gerry, crew Daniel e Cláudia. Ah, desculpe, mais um importante tripulante, Megabyte, The cat, Brasileiro. Saída de Cabedelo no dia 08 de julho e chegada a Guiana Francesa no dia 17 de julho de 2006.
Capitão Gerry, Sul Africano, tem cidadania Inglesa, mora no veleiro a 18 anos e deu a volta ao mundo 2 vezes. Grande experiência no mar.
Cláudia Roberta, Brasileira, 40 anos, primeira vez em alto mar. De mar, apenas o curso de remo por dois anos nas águas da Baía Norte de Florianópolis.
Daniel, Alemão, 26 anos, segunda vez em alto mar. Jovem que viaja pelo mundo com pouquíssimo dinheiro, sem destino e gosta do modo de viver dos punks.
Megabyte, The cat, nasceu em Salvador há quatorze anos e de lá veio com Gerry pelos mares sem fim. Muita experência em não se deixar cair em alto mar quando vai pequenos peixinhos voadores que pulam no deck.
Bem vejam só o que eles aprontaram: Cláudia vomitou horrores nos primeiros cinco dias, chegando a perder cinco quilos. Daniel não ficou tão mal assim, mas não queria tomar banho de jeito nenhum, para não gastar água. Tiveram que lhe dar uma mangueirada para tirar o sal do corpo.
Diário de bordo: (Cláudia)
Ilha do Diabo, 19 de julho de 2006.
Chegamos no domingo a noite e ancoramos em frente a Ilha do Diabo na Guiana Francesa, aquela do filme Papillon. São 3 ilhas, uma ao lado da outra com deslumbrante paisagem. O mar e a vegetação se mesclam na cor verde esmeralda, muitos coqueiros e no céu um azul de inicio de verão. Nossa passagem no mar foi de 9 dias, na linha do Equador, que é um eixo imaginário, o tempo mudou totalmente, não tivemos mais ventos e com isso descemos as velas e navegamos a motor no mar manso com um calor escaldante.
Como a tradição manda, eu e Daniel comemoramos nossa primeira passagem por esta linha, levando um banho de mangueira e bebendo champagne. Já, o início da viagem foi de ventos fortes, 25 knots aproximadamente, mar revolto, alguns muitos vomitos rsrrss e frio. Estar em alto mar é algo indescritível, as noites pareciam ser mais estreladas, a lua nos acompanhou com seu lindo brilho refletindo na água, o azul do mar encheu nossos olhos, um silencio apaziguador e navegar as grandes ondas eram sensação de liberdade e pura aventura .
A tardinha sempre reverenciávamos o por do sol que nos brindava todos os dias com sua bola de fogo e Frixos de luz amarelo dourado. Uma noite destas, lá pelas seis da tarde, fomos os três para o cockpit e olhando as estrelas começarem a aparecer, Daniel me chamou a atenção para cinco delas que se moviam, ficamos observando por um bom tempo, talvez uma hora, depois elas pararam. Realmente não sei o que era, mas podem ser “discos voadores” nos dando uma canjinha. Para a rotina do barco funcionar, ainda em Jacaré preparei toda comida e colocamos no congelador, fomos tirando conforme a necessidade.
As noites no barco Gerry e Daniel revesavam para ver se não vinham navios, barcos ou tempestades. De dia a mesma coisa e conforme o tempo mudava, tira vela e põe vela. No último dia alguns golfinhos acompanharam o barco por alguns momentos e pescamos um peixe delicioso, de carne vermelha que foi preparado para o jantar de aniversário de Mister Gerry, de sobremesa o esperado bolo e velinhas. Nesta mesma noite, um pouquinho antes de chegamos, tivemos aquela tempestade, o céu começou a ficar preto e carregado, não enxergávamos nada e tomamos aquele banho tentando ver o que vinha pela frente. Enfim, passou e deu tudo certo após o susto de última hora. Na manhã seguinte partimos para Korou, uma pequena cidade na Guiana Francesa…
1 Comentários:
Claudia, esposo e amigos: Bem vindo ao O REBATE e que vc mande e edite sempre noticias. O velho jornal de 75 anos de histórias ye saúda. abs José Milbs editor
Por Unknown, às 22 de novembro de 2007 às 14:36
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